Diga: Renato!


domingo, outubro 09, 2011
Ontem, 08 de setembro de 2011, casou-se Aline. Filha mais velha de meus tios Lacerda e Elza. Tio Lacerda era o mais divertido da família de meu pai. Só tenho memórias alegres dele. Tia Elza fez um excelente trabalho criando e educando as meminas - não se pode esquecer a Alene. Parabéns, Tia Elza. Felicidades, Aline! Sucesso, Alene. Tenho as três em grande conta, elas não sabem disso. Fui à cerimônia, conforme havia sugerido ao meu pai. Havíamos ido juntos ao casamento da Alene. No da Aline, fui com ele em meu coração. Tia Elza concluiu com esmero o trabalho que iniciou com Tio Lacerda.



Lá estava, por volta das 21h30 do dia 20/10/2011, trabalhando quando recebo o telefone desesperado de minha mãe pedindo ajuda. Meu pai estava muito mal. Ele passara um dia normal e tranquilo, foi deitar-se e não levantou mais, acometido de um AVC isquêmico, muito mais intenso que o transtório que sofrera no dia 07/09/11. De manhã, despediu-se de mim pendindo que voltasse cedo. Falhei no atendimento de seu último pedido. Em algumas horas eu estava no hospital. Preocupado, desorientado e tentando restabelecer minimamente a ordem. Vinicius voltava apressadamente para casa e, com ajuda de vizinhos que não faltaram em nenhum instante - notadamente Rogério e Márcia -; minha mãe também regressou. Márcia ainda veio trazer um cobertor, uma das preocupações de minha mãe naquelas horas. Meu pai sempre foi friorento. Ajudei no encaminhamento à tomografia, gritei com enfermeiros e auxiliares. Estava quase me descontrolando.

Já no tomógrafo, meu pai tentou se comunicar comigo, movia o braço direito - lado que ele estava virado - e emitia sons inteligíveis. Ele tinha algum grau de consciência que eu não percebia. Falei para ele acalmar-se para não prejudicar o exame, ele obedeceu e depois tive a impressão que ele pedira algo relacionado a acalmar minha mãe. Não percebi isso naquele instante. Falhei novamente ao não dirigir-lhe as palavras que o acalmariam.

O dia seguinte foi dedicado ao hospital e conversar com o neurologista. Vi que faziam algo como entubá-lo, fui procurando por uma enfermeira que apiedou-se de meu semblante de preocupação. Todas as informações davam o tom de gravidade. O médico foi suficiente claro comigo, mas confundia os pacientes vez por outra. Ao fim do dia, fomos à visita e uma grande tristeza se abateu naqueles que viram meu pai. Vitório nos acompanhou na visita. Era feriado municipal.

No dia seguinte, nova passagem pela manhã, sem possibilidade de falar com o médico. Fui ao trabalho encaminhar alguns assuntos. E lá, novamente, minha mãe ligou com trágica notícia. Novamente solicitei apoio ao Rodrigo, que estava comigo no momento do telefone anterior, para cuidar dos assuntos do trabalho.

Foi uma longa tarde entre os trâmites funerários e comunicação do falecimento. O dia seguinte, 24 de setembro, após uma noite na capela, uma chuva intempestiva caia no instante em que baixava ao túmulo. Eram 11 horas e alguns minutos. Era o adeus ao meu querido Antonio Lopes, a quem tanto devo.