A última visita que tia Elenice, minha mãe e eu poderíamos ter feito ao tio Dercy, perdemos por preciosismos nas agendas. Com tia Dalva, foi um pedido da tia Elei para ir na semana seguinte. Denise também não foi. E tia Dalva perguntou por ela e minha mãe. Tia Dalva acreditava que minha mãe iria. Não houve tempo para nos despedirmos dela no hospital. Tio Dercy visitamos algumas vezes.
Tia Elenice está internada após dois AVCs. Fui visitá-la por tudo, inclusive em respeitos e agradecimento às visitas dela à minha mãe enquanto esteve internada.
Triste ver minha tia mais jovem naquele leito, sem conseguir falar. Segurou minha mãe fortemente, tão forte que duvidei que tivesse me reconhecendo. Pelas tantas, quando a mão não agarrava com tanta força, pedi para que ela respondesse com um aperto de mão se saber quem eu era. Com muito esforço, levou minha mão à sua boca e beijou. Quase fui às lágrimas.
É sábado de carnaval. O primero carnaval, verdadeiro, desde o decretação da pandemia do COVID 19. Ano passado houve desfile das escolas de samba, mas sem público devido às regras de distanciamento social. Hoje é diferente, tem público assistindo ao desfile da série Ouro, segunda divisão das escolas de samba do Rio de Janeiro. Minha mãe não viu o carnaval de 2022, mas teria se deleitado com o desse ano. Acho que carnaval sempre me trará uma certa melancolia, sobretudo por sua memória. Estou tentando incutir em Lucas o mesmo gosto por essa festa, acho que está funcionando. A fantasia dele é de policial do FBI. Já gosta e canta algumas marchinhas, uma graça.